Eutanásia: questões éticas e legislação

04/12/2013 23:04

Por Luna Layse.

Nesta quinta-feira (4), estudantes, professores e profissionais se reuniram para discutir o tema eutanásia. O debate integra a programação do evento sobre Ética e Ciência: diálogos e incertezas, que tratou sobre os limites das ações dos médicos e dos pacientes.

Para saber o que é Eutanásia acesse a aqui reportagem especial do FocaSaúde.

O debate realizado no Campus Petrolina da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), teve a presença do defensor público Wagner Araújo, do médico Henrique Dória, e de docentes da instituição de ensino superior. Os membros da mesa-redonda fizeram questionamentos sobre o direito de escolha dos pacientes em estágio terminal ou com doenças incuráveis.

O filósofo e professor da Univasf, Alexandre Reis, acredita que simplificar conceitos relacionados com as questões de ética é algo problemático e por isso a constituição não é propriamente a justiça. Nas discussões, ele questionou se ao permitir a eutanásia, as leis estão ou não autorizando a prática da distanásia. “Estamos escolhendo o pior caminho?”, indagou o professor Alexandre Reis.

O artigo 226 da Constituição define que a eutanásia é um crime hediondo. E por isso o defensor público Wagner Araújo ressaltou, durante as suas exposições, que atualmente as pessoas que realizam a eutanásia estão sendo condenadas e punidas de modo semelhante aos bandidos, chegando a ficar, em média, três anos na prisão.

E a partir deste exemplo, o professor Reis destacou que os médicos devem pensar para além da vida biológica ou fisiológica, já que existem também crenças de que morte é apenas o início da vida. Segundo ele, obrigar alguém a realizar algo contrário à sua religião também pode provocar danos ao paciente. Por isso, o professor salientou que o ser humano pode querer não ser submetido à vontade dos outros.

Em contraposição o médico Henrique Dória, em entrevista exclusiva para o focasaúde disse que é contra a eutanásia e por princípios éticos da sua profissão, ele não pode reduzir a vida e nem provocar a morte do paciente. Além disso, o médico também afirmou que a sua religião impede também a realização deste tipo de procedimento. Vale destacar aqui, que nos países onde a eutanásia é legalizada, cabe ao médico decidir se é ele ou não quem vai provocar a morte do paciente.